O 41º festival de Cinema de Gramado terminou na ontem, sábado, 17, comprovando que o cinema nordestino está produzindo o melhor cinema no país. A produção pernambucana Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda, foi a grande vencedora do Kikito como o melhor filme, além de melhor ator, Irandhir Santos, e trilha sonora, enquanto o documentário baiano Revelando Sebastião Salgado recebeu o prêmio da categoria, e o marenhense Acalanto, de Arturo Sabóia, foi o melhor curta
Tatuagem se passa em 1978 durante o regime militar e conta a história de amor entre dois homens, um jovem recruta do exército, Fininha (Jesuíta Barbosa), e um agitador cultual, Clécio (Irandhir Santos), coordenador do grupo teatral de deboche e anarquia Chão de Estrelas. O lugar oferecia a condição de seus frequentadores – intelectuais, artistas e o público gay – contestarem a ditadura através do deboche e da anarquia.
Lacerda, 48, roteirista habitual de Cláudio Assis e Lírio Ferreira, é estreante na direção e reconstitui um foco de resistência à ditadura militar. Irandhir tem uma atuação, segundo os críticos, devastadora. Cultura é guerrilha. E eu vim aqui para fazer guerrilha – disse o cineasta ao receber o Kikito.
Muito elogiada pelos críticos, Leandra Leal confirmou o seu favoritismo ao Kikito de melhor atriz por sua atuação como uma mãe que perde o marido para a violência e é obrigada a criar os filhos sozinha em Éden (2013), de Bruno Safadi. Walmor Chagas, que se suicidou aos 82 no início do ano, foi eleito o melhor ator coadjuvante por A Coleção Invisível (2013), de Bernard Attal,que também deu a Clarice Abujamra o troféu de atriz coadjuvante.
Conheça uma cena de Tatuagem.
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Confira os vencedores
Longas-Brasileiros
Melhor Filme
Tatuagem (PE), de Hilton Lacerda
Melhor Diretor
Dida Andrade e Andradina Azevedo – A Bruta Flor do Querer
Melhor Roteiro
Domingos Oliveira, O Primeiro Dia de Um Ano Qualquer
Melhor Ator
Irandhir Santos, Tatuagem
Melhor Atriz
Leandra Leal, Éden
Melhor Ator Coadjuvante
Walmor Chagas, A Coleção Invisível
Melhor Atriz Coadjuvante
Clarisse Abujamra, A Coleção Invisível
Melhor Fotografia
Gallo Rivas, A Bruta Flor do Querer
Melhor Montagem
Karen Harley, Os Amigos
Melhor Direção de Arte
Até que a Sbórnia Nos Separe
Melhor Trilha Musical
Tatuagem
Melhor Desenho de Som
Edson Secco, Éden
Prêmio do Júri
Revelando Sebastião Salgado (BA), de Betse de Paula
Melhor Filme Júri Popular
A Coleção Invisível
Prêmio da Crítica
Tatuagem, de Hilton Lacerda
Curtas-metragens Brasileiros
Melhor Diretor
Arturo Sabóia, por “Acalanto
Melhor Ator
Kauê Telloli, por A Navalha do Avô
Melhor Atriz
Léa Garcia, por Acalanto
Melhor Roteiro
Francine Barbosa e Pedro Jorge, A Navalha do Avô
Melhor Fotografia
Ale Sameri, Arapuca
Melhor Montagem
Gilberto Scarpa e Vinícius Gotardelo, Merda
Melhor Trilha Musical
Lis Olivieri, Acalanto
Melhor Direção de Arte
Rogério Tavares, Acalanto
Melhor Desenho de Som
Tiago Bela, Rita Zarti, Marcelo Lopes da Silva, Tomou Café e Esperou
Prêmio Especial do Júri
Os Filmes Estão Vivos (RS), de Fabiano de Sousa e Milton do Prado
Menção Honrosa
Carregadores de Monte (SP), de Cassio Santos e Julio Lucena
Prêmio da Crítica
Os Filmes Estão Vivos (RS), de Fabiano de Sousa e Milton do Prado
Prêmio Canal Brasil
A Navalha do Avô (SP), de Pedro Jorge
Longas-Metragens Estrangeiros
Melhor Filme
Repare Bem (Portugal), de Maria de Medeiros
Melhor Diretor
Roberto Flores Prieto, Caçando Vaga-Lumes (Cazando Luciérnagas, Colômbia)
Roteiro
Roberto Flores Prieto, Caçando Vaga-Lumes
Melhor Ator
Cesar Trancoso, A Oeste do Fim do Mundo (Argentina/Brasil), de Paulo Nascimento
Melhor Atriz
Valentina Abril, Caçando Vaga-Lumes
Fotografia
Caçando Vaga-Lumes
Prêmio Especial do Júri
Venimos de Muy Lejos (Argentina), de Ricardo Piterbarg
Melhor Filme/Júri Popular
A Oeste do Fim do Mundo
Prêmio da Crítica
Repare Bem (Portugal), de Maria de Medeiros
Conheça o trailer de Repare Bem.
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